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Menina de 9 anos faz aborto e Mãe será ouvida pela polícia

A mãe da menina de 9 anos que interrompeu a gravidez de gêmeos na semana passada, no Recife, deve ser ouvida novamente pela polícia. Segundo o delegado Antônio Dutra, de Alagoinha (PE), a mãe pode ser indiciada, caso seja comprovado que ela tinha conhecimento dos abusos sofridos pela filha. 
Na manhã desta segunda-feira (29), o delegado encaminhou ao fórum em Alagoinha uma solicitação de prorrogação do prazo de entrega do inquérito policial. “Precisamos de mais tempo para tomar outro depoimento da mãe. Vamos investigar a hipótese dela ter sido negligente”, diz o delegado. 

Sigilo
Depois de receber alta do hospital, na última quarta-feira (4), a menina foi levada para um abrigo e deve ficar sob proteção da Secretaria Estadual da Mulher.
Segundo a promotora Jeanne Bezerra, representante do Ministério Público de Pernambuco, o local não pode ser revelado, para garantir a segurança da vítima, da mãe e da irmã mais velha.

Revolta
Segundo o padre Edson Rodrigues, pároco de Alagoinha, os moradores do município estão indignados com o caso da menina que teria sido violentada pelo padrasto e ficou grávida de gêmeos, tendo realizado aborto.
Rodrigues afirma que, no próximo sábado (14), a igreja da cidade deve organizar um ato público. “Será uma mobilização dos habitantes, um grito em prol da vida”, diz o padre.
Sobre o fato de a Igreja ter excomungado os médicos e a família da menina em decorrência da prática do aborto, o pároco afirma tratar-se de um ato que, “por si só incorre em excomunhão. O bispo não excomunga ninguém. O próprio ato do aborto, segundo o princípio da Igreja, leva à exclusão da comunhão”. Segundo Rodrigues, as pessoas excomungadas podem voltar à igreja “em caso de arrependimento”.

Violência
A gravidez da criança foi descoberta logo após o carnaval. Ela reclamou de dores e foi levada a uma unidade de saúde. Os médicos classificaram a gestação de 15 semanas como de alto risco, pela idade e por ser de gêmeos. Segundo os médicos, a mãe pediu para que o aborto fosse realizado.
O padrasto da menina foi preso, suspeito de ter abusado da garota e ser pai dos bebês que ela esperava. De acordo com a polícia, a menina sofria violência sexual desde os 6 anos.

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